A pobreza é o principal problema social do distrito de Leiria e tende a aumentar, revela um estudo de caracterização das organizações não governamentais (ONG) de solidariedade social apresentado na passada sexta-feira.
O documento, que sintetiza as respostas a um inquérito por parte de 113 das 180 ONG com sede no distrito, demonstra ainda que, depois da pobreza, o maior problema social é o desemprego, seguindo-se o alcoolismo.
Na apresentação do estudo, a assistente social Helena Fabião explicou que das instituições que responderam ao questionário, “46 por cento consideraram que a pobreza aumentou nos últimos cinco anos na sua zona de intervenção e 55 por cento acreditam que esta tendência continuará pelo menos nos próximos cinco anos”.
Por outro lado, “a maior parte das instituições tem a percepção de que o fenómeno da pobreza, nos últimos cinco anos, tem vindo a agravar-se mais acentuadamente no resto do país do que na sua zona de intervenção”, afirmou a técnica da Associação Amigrante, que apoia os imigrantes residentes no concelho de Leiria.
O documento indica que “os toxicodependentes, os idosos, os deficientes, os desempregados e os trabalhadores em situação precária” são os grupos “mais vulneráveis à exclusão social”.
Por isso, sustentou Helena Fabião, é estes “grupos socialmente mais desfavorecidos ou em situação de risco que deverão ser objecto de uma maior incidência preferencial de intervenção por parte das ONG”.
As conclusões do estudo não causaram surpresa ao presidente da Cáritas de Leiria, Ambrósio Santos, que vê crescer o número de pedidos de apoio à instituição.“Até me surpreende que a pobreza não seja mais elevada”, disse à agência Lusa o responsável, para quem o problema é de tal forma “persistente” que se está a tornar “natural”.
Fonte: Região de Leiria
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