quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Países lusófonos com mais 110 milhões de habitantes em 2050

«A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deverá ter mais 110 milhões habitantes em 2050
do que actualmente, passando para cerca de 357 milhões de pessoas, estima a ONU num relatório divulgado este mês.

Os dados do estudo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) apontam para um crescimento da população de cerca de 44 por cento nos Estados da CPLP, que em 2050 concentrará quase quatro por cento do total da população mundial (estimativa de 9,1 mil milhões de pessoas).

O relatório do UNFPA, que traça o retrato da população mundial, não apresenta dados relativos a São Tomé e Príncipe, cuja população actual está estimada em cerca de 206 mil pessoas.

Dos sete países da CPLP abrangidos, todos registarão um crescimento populacional até 2050, à excepção de Portugal, que perderá habitantes, estimando a ONU que passe dos actuais 10,7 milhões para 10 milhões de pessoas. Angola, Guiné-Bissau e Timor-Leste verão as suas populações crescer mais do dobro. Segundo as estimativas da ONU, Angola passará de 17,5 para 44,6 milhões de habitantes, a Guiné-Bissau de 1,7 para 5,3 milhões e Timor-Leste de 1,2 para 3,5 milhões.

Em 2050, segundo o relatório, Moçambique terá 39,1 milhões de habitantes, em vez dos actuais 21,8 milhões, e Cabo Verde deverá atingir um milhão de habitantes, quase o dobro dos actuais 540 mil. O Brasil, o país mais populoso da CPLP, passará dos actuais 194,2 milhões de habitantes para 254,1 milhões.

O relatório aponta ainda em 2008 a existência de populações maioritariamente urbanas em Angola (57 por cento), Cabo Verde (60 por cento), Portugal (59 por cento) e Brasil (86 por cento).

O acesso a água potável não registou melhorias em nenhum dos países da CPLP analisados no relatório, mantendo Moçambique a pior taxa neste domínio, com apenas 43 por cento da população coberta. No extremo oposto está o Brasil, com uma cobertura de 90 por cento, embora o relatório não disponibilize indicadores sobre Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe nesta área.

Quanto a Portugal, o relatório da UNFPA revela que nos próximos 42 anos deverá perder mais de 500 mil habitantes, uma tendência contrária à maioria dos países da Europa Ocidental, que verão a sua população aumentar nas próximas décadas.

O documento refere que Portugal terá menos 700 mil habitantes, passando dos actuais 10,7 milhões para os dez milhões, o que representa uma diminuição de 6,5 por cento. Apesar de perder cerca de 6,5 por cento da população ao longo das próximas décadas, nos próximos dois anos, o país deverá ver a sua população aumentar no curto prazo cerca de 0,4 por cento.»

Fonte: "O Emigrante - Mundo Português"

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