terça-feira, 25 de novembro de 2008

Projecto de asinoterapia e asinomediação

A Cerci – Flor da Vida da Azambuja, instituição que acolhe e apoia crianças e jovens com deficiência dos concelhos de Alenquer, Azambuja, Vila Franca de Xira e Cartaxo, vai iniciar no próximo ano uma terapia inovadora na região que usa o burro como instrumento terapêutico. Chama-se asinoterapia e também inclui a asinomediação.

A instituição vai ter à disposição 30 mil euros para gastar na implementação do projecto, fruto de uma vitória recente num concurso televisivo. Os burros escolhidos para terapeutas são de raça mirandesa, uma raça única em Portugal e que está ameaçada de extinção.

A asinoterapia consiste no uso do burro como instrumento de interactividade entre o ser humano e o animal. O contacto com o pêlo, a temperatura do corpo e a actividade do próprio animal permitem aos técnicos de educação especial tentar corrigir problemas de postura ou comportamentais nas crianças com deficiência, ao mesmo tempo que ajuda o utente a aumentar a motivação, o bem-estar e a participação, em especial, nas actividades lúdico-pedagógicas. A asinomediação é praticamente idêntica à asinoterapia, com a diferença de não necessitar de uma equipa multi-disciplinar, composta por um psicólogo e um terapeuta, como sucede no cenário anterior.

“Existem muitas terapias com animais, sobretudo com cavalos e golfinhos. Nós escolhemos o burro, um animal afável e pachorrento, que pode trazer muitos benefícios sociais e educacionais”, explica Nelson Pereira, técnico superior de educação especial e um dos responsáveis pelo projecto.

Nesta nova terapêutica podem participar pessoas de todas as idades, desde crianças com deficiência até idosos de lares e retiros da região.

Vinte e oito anos a servir as pessoas com deficiência

A Cerci da Azambuja foi a grande vencedora, no distrito de Lisboa, do programa da SIC “a nossa terra quer”, um programa que visa premiar projectos inovadores de cariz social nos diversos distritos nacionais. O prémio, de 30 mil euros, vai ser usado na concretização do projecto de asinoterapia e asinomediação que a Cerci já tinha em mente. Juntamente com a instituição da Azambuja (que ganhou com 65,8 por cento dos votos dos telespectadores), concorreram também os projectos do Lusitano Clube e do Centro Social do Sobralinho. “Ficámos muito satisfeitos por ter ganho, apesar de sempre termos pensado que tínhamos boas condições para vencer”, refere a O MIRANTE Carlos Neto, presidente da instituição.

Fonte: O Mirante

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