domingo, 10 de agosto de 2008

Desempregados com subsídio no nível mais baixo desde 2003

À primeira vista, parece uma boa notícia, mas não é. Isto porque esta redução do número de subsidiados não é precedida de uma diminuição do universo de desempregados. Pelo contrário. Se é verdade que o número de pessoas sem emprego inscritas no Instituto de Emprego e Formação Profissional também caiu na mesma proporção, também é reconhecido, de forma consensual, que este não é o melhor indicador do desemprego, dado que a inscrição não é obrigatória excepto para os desempregados que têm direito a receber subsídio.

A melhor medida do desemprego é estimada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e os últimos dados, relativos ao primeiro trimestre do ano, revelam a existência de 427 mil desempregados no primeiro trimestre do ano, mais 28% do que no segundo trimestre de 2003. No total, são quase mais 100 mil desempregados sem que tenha crescido o número de subsidiados.

Explicações? Essencialmente três: o esgotamento do período de atribuição do subsídio; a precariedade crescente dos contratos de trabalho; e as maiores exigências aos de- sempregados, cujo incumprimento implica a cessação da prestação. Perante isto, não admira que, tal como assegura o INE, quase dois terços dos desempregados não recebam nenhum tipo de subsídio.

Assim, a única boa notícia que se pode vislumbrar desta redução de beneficiários do subsídio de desemprego diz respeito às contas da Segurança Social. Até Junho, a Previdência gastou 775 milhões de euros, menos 13% do que em igual período do ano anterior.
Fonte: Manuel Esteves in www.dn.sapo.pt

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