segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Abandono atinge 1.744 crianças

O perigo, que no limite coloca em risco a própria vida da criança, é uma das principais causas para o acolhimento de 11 362 menores. Os maus tratos físicos atingiram 1758 crianças e jovens. E o abandono, entendido como a situação em que a criança fica entregue a si própria, conduziu entretanto ao acolhimento de 1744 crianças.


Segundo o relatório do Instituto de Segurança Social, ontem divulgado, no último ano houve uma redução de 883 crianças institucionalizadas. A secretária de Estado adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, referiu que o objectivo é de, até ao final da legislatura, desinstitucionalizar 25% das crianças, ou seja, 2840 menores.


A maioria das crianças têm tempo de acolhimento superior a um ano, sendo que apenas 540 menores estavam em lares há menos de três meses. Idália Moniz sublinhou que há cada vez mais crianças a cessar o acolhimento no mesmo ano em que o iniciam. "É um indicador de que está a ser percorrido um caminho para diminuir o tempo de permanência nas instituições de acolhimento", disse.


Além dos maus tratos físicos e abandono, a negligência e a carência sócio-económica são as principais causas para o internamento dos menores. Assim, as falhas no acompanhamento familiar são responsáveis pela entrada de 6137 crianças em lares.


Jovens com mais de 12 anos representam a maioria dos menores acolhidos. As raparigas também estão em maioria: são 5954. Segundo as Listas Nacionais de Adopção, 1674 crianças podem ser adoptadas. Os mesmos dados revelam que em Junho havia 2363 candidatos a pais mas destes 1044 desejam apenas um bebé até aos 36 meses de idade.

Fonte: João Saramago com Lusa

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