As empresas portuguesas estão com dificuldades crescentes em cumprir as suas obrigações laborais. Nos primeiros seis meses do ano, o número de trabalhadores com salários em atraso detectados pelos inspectores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) já ultrapassou os resultados de 2007, um sinal de que a crise económica internacional e as restrições na concessão de crédito estão a deixar marcas nos principais sectores de actividade nacional.
Entre Janeiro e Junho, os inspectores da ACT identificaram 7.281 pessoas com remunerações em falta ou que não tinham em dia as suas contribuições para a Segurança Social. Em todo o ano de 2007, os trabalhadores nesta situação totalizavam 6.400 , ou seja, menos 871.
Já os montantes em falta estão a evoluir ao mesmo ritmo do ano passado. De acordo com os dados solicitados pelo Negócios à ACT, os ordenados e subsídios de férias e de Natal em atraso no primeiro semestre atingiram os 4,7 milhões de euros, enquanto que as dívidas à Segurança Social ascenderam a 1.077 milhões de euros (mas perto de 551 mil euros acabaram por ser pagos de forma voluntária depois das empresas terem sido notificadas pela ACT). Nos 12 meses do ano passado os salários por pagar ascendiam a 8,3 milhões e as dívidas à Segurança Social chegaram aos 2,7 milhões de euros.
Fonte: Jornal de Negócios, Raquel Martins
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